quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ele é mais ensaio

Gosto tanto de liberdade que tenho pelo voto uma estima desmedida. Por exemplo, gostava de poder votar nas eleições galegas e diminuir assim o peso da derrota a Mariano Rajoy com a ligeireza do meu voto. Seria um ritual totalmente novo. Votaria no colégio Valle Inclan, quem sabe, ou no próprio Ayuntamiento de Oleiros onde poderia cruzar-me com «Angelito» Seone e dirigir-lhe algumas palavras de reconhecimento pelas oito bibliotecas que tem o concelho. Pese embora o facto de na Hemeroteca falhar todos os dias religiosamente o El Mundo. Minudências. Rajoy joga em casa. A derrota no domingo pode acelerar a sua decomposição como líder do PP. O Pedro J. Ramirez já deve ter gravado o vídeo do costume.
Em Portugal é diferente o ritual. Regresso à Rua dos Remédios e grito para o intercomunicador da EMEL: «Vou votar». Poderia ser uma declaração notável não se desse o caso do funcionário da EMEl, algures em parte incerta, fazer baixar um pilarete para poder seguir até à Junta de Freguesia. E sobretudo gostava de poder votar com convicção. Tinha uma predisposição por Pedro Passos Coelho mas como diria João César Monteiro «não se pode pactuar com certas coisas»: o putativo (que palavra!) candidato sempre teve «uma certa dificuldade com o romance». E ele não está a falar de atrapalhações com raparigas nem nada. Está mesmo a dizer que «queria coisas mais directas». Que saudades do Santana que quando falava de directas ou estava a referir-se a noitadas ou ao modo pelo qual queria ser sufragado dentro do PPD! Não me posso identificar com a austeridade de Ferreira Leite. É um problema meu, talvez o admita num momento de tristeza. Passos Coelho (foge, coelho!) não convence com aquele aprumo «venceslau» e com declarações desgraçadas. Pois, já está. Não tenho ninguém que me represente, como diria, hum…

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