segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Passeios

Tenho em boa conta as pessoas que deambulam, que vagueiam pelas ruas, isto é, que não têm rumo certo. Existem poucas. Se não forem velhos que ocupam o tempo em voltas pela cidade provavelmente serão indigentes. Também podem ser pessoas que procuram atenuar uma ansiedade passageira ou simplesmente passear. Como Walser que passeava à volta do sanatório de Herisau. Suponho que esses passeios seriam o maior elo de ligação com a realidade e que os percursos solitários encerrariam um renovado encanto. Seria a falta de interesse em atingir um objectivo duradouro o que permitia esse encanto feliz. Como se o desinteresse sobre qualquer espécie de presença fosse precisamente a motivação para passear, maravilhando-se, como se alguém fosse um ingénuo completo ou não tivesse passado.

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