sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dura Mater

Estou totalmente de acordo com Knut Hamsun (abraço apertado ao velho Knut). Não devemos nunca escrever libertos de alguma classe de falta. Saciados e satisfeitos somos amigáveis. Estabelecidos não avançamos. Melhor que escrevamos sujeitos a uma ou várias contingências que interfiram no raciocínio escorreito. Agarrados à barriga e a considerar mastigar os botões do casaco para iludir o estômago. Enfrentando uma vela que se consome e a urgência de terminar a última frase porque depois só o breu, a insónia, e a lentidão do caminho nocturno; engendrando planos de sobrevivência caso as coisas piorem, questionando que renovada privação reservará o dia. Mas aproveitando o anúncio de algum corte de relações, escreve precisamente sobre o oposto, sobre todos os desejos de encontro. Bate com a cabeça. Escreve com os altos e baixos resultantes. E aleija-te só o suficiente para arranjares matéria inquebrável.

Sem comentários:

Enviar um comentário