sábado, 20 de novembro de 2010

300 coisas péssimas

Como princípio e quando falamos de arte raras vezes me interessa, e independentemente da base em que é apresentado, o documento social. Principalmente se for realizado com esse único objectivo: o da denúncia ou da atitude ferozmente crítica, muitas vezes lamentavelmente segmentada, enviesada, e que busca fazer valer um entendimento fechado. O documento social é algo encerrado porque sob a capa da denúncia o que procura é a boa consciência do autor. É um documento fechado porque ao público nada é acrescentado, perante a evidência da bondade do autor na «revelação» da maldade externa, ao público só resta acompanhar o autor na indignação, e muitas vezes com boa oportunidade. Depois também apresenta a descoberta da pólvora hoje, isto é, a constatação da violência, da maldade ou do feio, que apresentadas isoladas não servem para nada, o alerta serve para assustar e o susto passa depressa. Como se não estivéssemos fartos de saber que existem 300 coisas péssimas. O que não sabemos é como completar o objecto deslocado que tem o quadro. Isso é que é preciso descobrir. Lembrarmo-nos dos nossos particulares acidentes íntimos.