quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mau produto

Foto via Portugal dos Pequeninos.

Fazer marketing para partidos políticos é um trabalho ingrato. Porque normalmente o público-alvo, os eleitores, deviam conhecer de ginjeira «o produto». Este cartaz resulta-me desagradável, em primeiro lugar, porque não gosto da boca de Sócrates. Dá ideia que faz um esforço importante para manter os lábios unidos. Como se a avó lhe quisesse dar a última colher de sopa ou como se assistíssemos a uma diferença de entusiasmos entre dois homens, um deles massajando-se continuamente e obtendo como única resposta aquela boca. A coincidência de vontades é tão mais bonita. Também não gosto da rapariga da esquerda, que me lembra «a célebre» da OK-Teleseguro, ajeitando um sorriso fresco numa cara meio acabada. E temos o admirável líder rodeado de mulheres. Significará um ensaio de modernismo, encarado no pior dos casos como inócuo, e não, como um aproveitamento e continuação de cliché. A «indirecta» com as cores da bandeira nacional é outra sensaboria. A bandeira nacional é como a Pamela Anderson, ao contrário do que podem fazer querer não dá pica nenhuma. Não se vive do passado. De qualquer maneira suponho que este cartaz figurará nos melhores esforços de marketing político. O cartaz de um «grande líder», o único disponível, o homem imperfeito e que «admite o erro», embora numa área que ninguém liga pevide escolhida precisamente para demonstrar que ele «está atento», e que leva o fardo de fazer «avançar Portugal». É certo que do vazio humano se consegue criar obras-primas, não são precisas referências anteriores, mas isso é só na literatura. O resto, como dizia o outro, é a vida. Na sua pobreza e sem arte nenhuma.

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