terça-feira, 30 de junho de 2009

Complexo de Épico

Faço coisas estranhas desde há muito. Decidia, como por obra e graça do espírito santo: «agora vou ler um gajo espanhol.» Uma vez, única, escolhi Javier Marías. Depois de ler Todas as Almas fica-se com vontade de reescrever o livro. Como quem manda: «agora, como se fosses Buster Keaton, mostra que odeias.» Prova-se que Marías não tem veia de novelista, quer dizer, não tem sangue de escritor. Num artigo para o El País entregou-se à sempre bonita tarefa de contar os feriados na comunidade de Madrid e relacioná-los com a falta de produtividade «em tempos de crise». É tão triste ver um escritor armado em burocrata. Não li o artigo, mas provavelmente até fez uma comparação com o norte da Europa. Não seria preciso. Bastava fazer uma comparação com o norte de Espanha. Será que só se quis meter com a Esperanza Aguirre? É sempre encantador dar atenção a pessoas loucas. Se foi esse o motivo ainda o desculpo, caso contrário, como trovaria Tom Zé: «vai ser sério assim no inferno

2 comentários:

  1. Que género de coisas estranhas? Não é tudo estranho até conhecermos?

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  2. Escritor espanhol? Arturo Pérez-Reverte!

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