sexta-feira, 8 de maio de 2009

Nervoso ou muito nervoso?

Com as próximas eleições ao parlamento europeu daqui a um mês faço a mesmo pergunta do El Intermedio: estás nervoso ou muito nervoso? E no entanto tal não significa que não se pense dez minutos no assunto. O que é ser europeu? Para mim ser europeu continua a passar sobretudo por uma definição mais geográfica que política. Nesse sentido sinto-me mais europeu que «cidadão da união europeia» uma nebulosa que me remete, como a muito boa gente, para corredores labirínticos em Bruxelas onde homens belicosos e mulheres de saia travada exauram «despachos e decretos» as mais das vezes sobre o sexo dos anjos. Não me agrada que a política feita nessa união europeia influencie a identidade de cada um e que a transforme numa desligada e perigosa «identidade colectiva». E não o digo por patriotismo anacrónico, passo a redundância. É impossível considerar-se patriota quem por livre vontade veio viver para Espanha e não descarta viver «onde for preciso». (E que goza continuamente com o costume raro do «cafezinho».) Vejo a união europeia como uma simples comunidade de estados sem fronteiras, inclusiva (e estou a falar da Turquia) e com poucas ganas de ser federalista. Uma europa cosmopolita não pode ter fronteiras. Nem físicas nem de «reserva mental». Uma comunidade, isso sim, onde se reconheça mutuamente e se confira valor à diferença das origens.

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