segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mina de ouro

Haruki Murakami esteve em Santiago e reconheceu que não gostava de Kawabata. Mu não quer ouvir falar da influência japonesa. Eu também não gostei de Kawabata que é, como verdadeiro representante japonês, um aborrecimento. Mas o facto não me fará amigo de Mu. O escritor «japonês» é mais um ícon Pop que substitui a cultura de saber muito. Embora Mu também «saiba muito» e todas as suas leitoras mereçam um enorme respeito. Tanto que estava tentado em pedir conselho sobre qual dos trezentos mil livros traduzidos para castelhano devia escolher. Talvez devesse perguntar qual o pano de fundo da historieta se um centro comercial ou um bar. Um bar estaria melhor. A «cultura japonesa» passa por Mu e gastronomia japonesa. Eu também fui conquistado pelo ventre mas daí a julgar-me um fascinado vai uma distância como dos dias de hoje às tradições ancestrais desse país «estranho» mesclado com o futurismo de Tóquio. Isso e a capacidade de trabalho. Que já é um exemplo menos fascinante. Mas devo ser irrealista e orientar-me pelo meu grau de vontade em ver o bem. A verdade é que uma displicente leitora de Mu pode ter o mesmo efeito que tem a utilizadora de hold ups.

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