quarta-feira, 29 de abril de 2009

Acapulco

Os espanhóis também gostam muito do Patrick Modiano, não como gostam do «Ken Follet», por exemplo, nas revistas repete-se o desejo de ver Modiano com o Nobel da Literatura. O Modiano não faz aqueles diálogos intermináveis, como se estivéssemos numa esplanada a fazer horas até que chegue a altura de ir com ela, mas faz muitas descrições de ambiente que emprestam estilo aos personagens. Como En el café de la juventud perdida. «Ela sentava-se sempre na mesma mesa». «O café tinha uma clientela um pouco dúbia que nos encaixava na perfeição». Perdão pela seguinte mudança de idioma: «Me dava verguenza decirle que no me habián admitido en el liceo Jules-Ferry, pero respiré hondo y se lo confesé». Ou a minha preferida que serve para despachar o efeito, ideal quando não se domina bem o idioma: «Se me había olvidado el cine de la esquina de la avenida. Se llamaba Mexico, y no llevaba ese nombre por casualidad. Era un nombre que dava ganas de viajar, de escaparse o de huir…»
Nem de propósito. É a altura ideal para ir a Acapulco. E experimentar aquela máscara infecto-contagiosa que sintoniza o meu habitual estado de sítio.

3 comentários:

  1. Estive com esse livro na mão há dias. Mas não comprei.

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  2. Boa poupança, não acabei de ler e devolvi à biblioteca no dia seguinte... É que só se pode trazer 3 livros de cada vez e não dá para perder tempo.

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  3. A sério? Acho que acabaste de me resolver o dilema. Vamos ver.

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