quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Representações

Sob o ponto de vista do discurso e das ideias, porque existem preferências mais indiscutíveis, identifico-me mais com o Pacheco Pereira do que com a Fernanda Câncio. São duas referências distintas, dois pólos aglutinadores que «agrupam» ao seu redor, e excluem-se aqui os agnósticos. A Fernanda Câncio é um fenómeno do «modernismo», que a sua biografia (curta, como a de todos nós) poderá explicar e por isso as pessoas revêem-se bastante nela. A namoradinha que serve de prémio de consolação. Aquilo que «tu representas». Uma linha dominante para os «novos desafios» da engenharia social. O diferente e o novo como resultado único que urge defender. Lembra «o fim da História», a recusa do passado comum. Não anda longe da antiga devoção pelas aparências. O Pacheco Pereira é bastante mais «carregado», fala em termos que não interessam às novas gerações, embora a linguagem seja actual, e «peca», estando sempre bem documentado, por pensar bastantes mais vezes pela sua própria cabeça.

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