sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Os sonhos feios

Os precursores da árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, leia-se, das «causas fracturantes», «engenharias sociais» e faltas de imaginação parecidas parecem ter um histórico de deslocação em transporte público que muito severamente lhes açoitou a vida nos anos da pior juventude. Mas a falta de centro e a presença da periferia não é vergonha nenhuma. Existem os que ficam toda a vida numa de «dinamizar» a vida na periferia (conheço um caso ex-próximo na linha de Sintra). Os restantes, sortudos, passam o resto da vida a pregar no Rossio. É como se um deles chegasse ao Casal da Mira e depois de se inteirar dos factos quotidianos proclamasse qualquer coisa gigantone do tipo: «coragem, voltarei para vos salvar». Daí que a vetusta consciência de classe, não a sua mas a do outro que sempre rodeia, tem um sentido diverso e quase louco: os pretos tutelados, os gays defendidos, a «tradição» moralizada, os santacombadenses reeducados, etc. Mas os terrorres nocturnos desta gente, realmente adorável e simpática, passa essencialmente pelo pesadelo que é ser-se «confundido». Tornados à manhã dá-lhes uma espertina fenomenal e passam o dia todo a fermentar a massa miserável de que são feitos, isto é, humana e igual.

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