segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Roberto Bolaño (2)

Em desacordo, que me lembre pela primeira vez, quando fala de Bolaño. Ainda não li o que agora vai ser editado em Portugal, mas Los detectives salvajes é bom – e raro. Se tomar atenção vai reparar que é também daqueles gajos que parte do «gesto» para chegar à «ideia». Bolaño, para os «parâmetros actuais», teve uma «vida fodida» e, para estranheza da multidão de lambe-cus que anda por aí, não só nunca se queixou como soube tirar proveito. Provavelmente, tem razão quanto à ordem mediática e essa gente que o vai comprar vai sentir-se bem por ler (?) um «contador de histórias de culto» e não perceber «tão-só» que deu apenas com um dos grandes Homens, nosso contemporâneo, que ao contrário de tantos outros escritores, vazios de passado e cheios de «técnica», teve a paciência e a generosidade de escrever para contar do seu realismo visceral apartado de contas de cabeça antes de dar um passo, por amplo que fosse.
Um escritor, como diria o maneta de Longe de Veracruz, que sintetiza o melhor da época no que ao «estudo incessante do pior» respeita.

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