domingo, 30 de agosto de 2009

Uma mosca agradável

Não acordei com o corpo agoniado (como no último domingo). Uma mosca entrou no quarto conduzida pela languidez do último fim-de-semana de Agosto. E lembrei-me, ainda deitado, de paragens pouco celtas. A sensação de calor lembrou-me o bar «El Amarillo» que aparece no magnífico filme de Sérgio Mazza e que leva o mesmo nome. Lembrei-me da fila de lâmpadas multicores que ladeavam todo o bar, como também no El Polvorín aqui mesmo na Coruña e, por isso, talvez, a recordação tenha tomado consistência. A mosca teria um acordo tácito com os corvos. Porque ao acordar, a mosca parou de zumbir e foram os corvos que começaram a grasnar no pinheiro dos vizinhos. Não posso dar sequência à expressão «acordar com a mosca» porque não estou absolutamente nada maldisposto. E, sem mais, termino com um apontamento kafkiano, que pinta o espírito deste tempo sem novidade, e onde os corvos e o pinheiro não entram: acordei com uma mosca. A seguir, praia.

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