terça-feira, 26 de maio de 2009

Experiment number 1010: Cenar

Fui jantar a um restaurante chamado El Circo que tinha uma jaula com uma mesa lá dentro, en plan, pó people lá jantar enjaulados, tava bué guay. Mas não. Começaram a dizer que era perverso e que depois era perigoso beber. Eu não achei. Até achava giro. Jantamos na roulote, sabes aquelas pirosas? O restaurante também tinha uma roulote dentro. Iá. Era linda. Nunca tinha entrado, tinha bric-a-brac, como é que se chamam aquelas cenas que as pessoas metem em cima dos naperons? Sim. E golfinhos de porcelana. Os empregados andavam vestidos de palhaços mas não agiam como palhaços, o que foi fascinante e realmente um intervalo. Uma pessoa disse-me que tinha uma forma esquisita de hablar, não deves estar bem a ver, pensei: «beeeem que cena tão pouco queer…», afinal exquisito, em espanhol, significa delicioso. Olha só o elogio… Arrependi-me logo de ter começado a pensar coisas. A cena esteve toda muy rica mas não me lembro de tudo o que pedimos. Só sei que consegui manter as mãos sossegadas e não dar apalpões a ninguém! E provei, pela primeira vez, um pimentinho vermelho e mole que se enrolava muito bem na língua antes de ser engolido. Sou ou não sou um larpeiro? Nem gosto de pimentos mas aqueles deviam ser de Padrón. Tás a curtir? No final queria tocar a corneta, uma que estava numa estante, que te parece? Soprei com muita força mas o ar tipo esquece. Saiu com toda a facilidade pelo outro extremo, sem oferecer resistência nenhuma. Era um juguete. Foi estranho. Parece que fiquei vazia. Como parei de repente, para pegar na corneta, a pessoa que vinha atrás de mim tropeçou e claro encostou-se a mim, a sério nunca mais. Olha, fiquei sem ganas de mais nada. Sou mesmo sensível. Sabes a Lilly Allen?

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