Previsível: Günter Grass não escreve de noite porque desconfia da facilidade com que as palavras surgem. O escritor alemão sempre me pareceu muito comedido e talvez tenha sido essa a razão que me levou a preteri-lo em favor de escritores mais «arriscados».
Provavelmente foi essa falta de comedimento a responsável pela morte prematura do catalão Francisco Casavellas, que ainda agora começava. A sua derradeira entrevista vem na última edição da revista Quimera. Percebe-se, na entrevista, que Casavellas não tinha alcançando esse estádio seguro de «personagem de si mesmo», como António Lobo Antunes com a declaração de intenções sobre o seu «eclipse» literário. Exactamente o que falta a José Saramago que como tem uma relação dogmática com a verdade nunca poderia forjar um «personagem». Corre bastantes menos perigos. Mas o único risco a que está sujeito, no seu particular, também é fatal: tornar-se uma caricatura de si mesmo.
Provavelmente foi essa falta de comedimento a responsável pela morte prematura do catalão Francisco Casavellas, que ainda agora começava. A sua derradeira entrevista vem na última edição da revista Quimera. Percebe-se, na entrevista, que Casavellas não tinha alcançando esse estádio seguro de «personagem de si mesmo», como António Lobo Antunes com a declaração de intenções sobre o seu «eclipse» literário. Exactamente o que falta a José Saramago que como tem uma relação dogmática com a verdade nunca poderia forjar um «personagem». Corre bastantes menos perigos. Mas o único risco a que está sujeito, no seu particular, também é fatal: tornar-se uma caricatura de si mesmo.
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