terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Molhadinha

Entre os aflitos e frustres jogos de espelhos em que as pessoas ocupam o tempo vão aparecendo uns empurrões de humanidade que resgatam, a quem ainda puder ser resgatado, do «normal e necessário». Aí está Miss Gator, aliás Menina Limão, a personificar a encantadora imperfeição com um nome e uma canção. No meu caso, não é a música, enquanto arte, que me serve de base e sim os livros e é entre eles que alimento o acosso prazenteiro em que a vida pode ser delicadamente empregue. Habitualmente deixo à música um lugar, penso que digno, de indutor da minha «activação» (escrever, estudar, sonhar acordado, relacionar-me) através da presença de som ligeiramente intrusivo. Mas isso não significa deixar de reconhecer algo só porque não se apresenta na minha forma clássica. É óbvio que a rapariga merece ser «lida» e não só através da letra das canções. Soko é também muito do que um gajo quer para «ler» – e talvez para foder. De resto, só tenho medo que o estado ansioso da juventude seja a razão da diferença e não uma bem mais estável «convalescença» que é a condição mais rica em liberdade.

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