domingo, 15 de junho de 2008

159: As pessoas dizem mal de uma forma correcta e sóbria mesmo que sob a capa de uma certa animação de espírito. Acho bem. Acho idem bem que Cavaco tenha dito a palavra «raça» só para ver as pessoas, que não serão certamente rafeiras, longe de mim, a benzerem-se juntamente com abrenúncios. É preciso pertencer a clubes de ideias, a agremiação é tudo. Achei muito mal que a Selecção Nacional tivesse perdido. As pessoas não deviam ter motivos para parar a festa. Deviam continuar a festejar noite e dia, 24 horas por cima de 24 horas sempre a festejar e alegrar-se como uma montanha russa que não pára, aliás, aumenta a velocidade a cada passagem e faz com que as pessoas bolcem sobre si próprias e sobre as outras, todas em comemoração, a falta de discernimento de uma é a energia de todas. Nada aponto para a reprovação: sou até um mero encarregado de obras. Compro fita métrica e preciso agora de um nível, a bolha de água, para ver se o snooker está pronto. As pessoas, sempre essa raça, esquecem-se que uma coisa raramente desimplica a outra, e que a mistura é cena mais cosmopolis. A fita métrica de sete metros e meio, novinha, que serve para medir o espaço nas divisões da casa e depois a chaise longue e os móveis Wengué também serve para cortar o pescoço. Mas fazer o quê? Passar a noite toda no Google Earth a viajar 600 km para norte. Ou simplesmente para norte. Ou viajar. Pelo menos, sair daqui.

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